terça-feira, 29 de maio de 2012

Analise sobre o Filme Hans Staden


O filme Hans Staden (1999) teve como diretor Luiz Alberto Pereira e foi realizada por uma parceria entre Brasil e Portugal. A longa tem duração de 100 min e é classificado como um filme de aventura.

O enredo do filme é narrado por Hans Staden que é um viajante alemão que estava em terras brasileiras a serviço da Coroa portuguesas e trabalhava no Forte de Bertioga. Ele conta que durante uma caçada é capturado por nativos tupinambás e levado a tribo destes, onde permaneceu prisioneiro por oito longos meses. Esses índios acreditavam que ele era português. Nesse período, quando era sempre ameaçado de ser devorado num ritual antropofágico, os nativos mordiam sua pele para saborear sua carne, fazendo questão em deixar claro que iriam comê-lo. Obrigavam-no a gritar para toda aldeia que ele era o alimento (era costume entre algumas tribos locais comerem a carne de seus inimigos em vingança por aqueles que foram capturados). Hans Staden presenciou um desses rituais, onde capturaram um inimigo e retalharam o corpo repartindo os pedaços entre a tribo.

Varias foram as tentativas para matar Hans Staden, mas de alguma forma a sorte estava com ele. Durante o período que esteve preso a sua fé foi essencial para que pudesse resistir às situações de extrema privação. Ele acreditava que, através de suas orações, o seu deus o mantinha vivo. A religiosidade era muito forte em toda narrativa, pois o autor sempre fala da presença de Deus e que o mesmo sempre o salvara, deixando-o sempre agradecido por está dádiva. Existia uma intolerância religiosa presente em ambos os lados: o alemão considerava seu deus o único e os nativos, que tinham muitos deuses, e consideravam o deus dos cristãos uma imundície.

Foi nesse mesmo tempo que esteve cativo que ele pode conhecer aspectos importantes da organização daqueles índios. Ele observou seus ritos, crenças, seus hábitos e costumes. Com muita estranheza ele foi incorporando informações sobre uma sociedade que vivia da caça, pesca e colheita. Uma sociedade em que não existia dinheiro ou riquezas, não se acumulavam terras e no qual todos viviam para o bem da natureza. Uma sociedade sem privilégios, onde todos eram respeitados.

Foram muitas as tentativas do alemão de se libertar dos indígenas, mas sempre fracassadas. Duas expedições tentaram resgata-lo, porém, não tiveram êxito. Ele tentou pedir asilo a alguns marinheiros franceses, mas estes não quiseram se indispor com os tupinambás que eram seus aliados e com quem mantinham práticas de escambo. Por fim, uma embarcação de franceses amigos trouxe presentes aos índios em troca de sua liberdade, chegando ao fim os seus dias de cativeiro. Nessa embarcação retornou a Europa, seguindo para sua cidade natal.



Referências Audiovisuais:



PEREIRA, Luiz Alberto. Hans Staden. Brasil/Alemanha, São Paulo, Lanfi lme Brasil, legendado, colorido, DVD, 1998, 100 min.

Resenha do livro “Delícias do Descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI”



A obra “Delícias do Descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI” foi publicada em 2008 e tem como autora Sheila Moura Hue. Doutora em Literatura Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, coordenadora do Núcleo Manuscritos e Autógrafos do Real Gabinete Português de Leitura. É autora, juntamente com Ronaldo Menegaz, da edição comentada de A primeira história do Brasil, de Pero de Magalhães de Gândavo (2004). Organizou o Catálogo dos Quinhentistas Portugueses da Biblioteca Nacional (2004) e a Antologia de Poesia Portuguesa do século XVI – Camões entre seus contemporâneos (2004/2008).  

Em sua pesquisa a autora utilizou documentos de missionários, senhores de engenho, aventureiros e viajantes de diversas nacionalidades que estiveram no Brasil. E divide o livro em quatro capítulos: plantas, animais, outras comidas e bebidas.

Nessa obra narra os diversos discursos dos cronistas em suas viagens à costa brasileira, trazendo relatos escritos por padres, senhores de engenhos, viajantes entre outros. Os seus relatos trazem discursos contrários, pois alguns falam de fome, escassez de víveres, doenças tropicais e outros falam de abundancia, terras abastadas, diversidade de caça. Essa alternância entre a fome e fatura indica que existiam dois tipos de vivência e muitos destes viajantes puderam presenciar as duas realidades da cozinha brasileira.

Esse livro é repleto de curiosidades alimentares, trazendo receitas centenárias sobre substituição de alimentos na falta de outros. Há também comparações inusitadas sobre animais existentes nessa região e traz informações sobre o uso medicinal de animais e plantas.

Através da leitura dessa obra o leitor poderá ter uma visão mais abrangente sobre outras temáticas da história brasileira, pois nessa obra são abordados os modos alimentares brasileiro, fazendo uma analise sobre documentos de cronistas que tiveram nesse território. É um livro que traz várias curiosidade e dicas alimentares que contribuem para o estudo da alimentação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

HUE, Sheila Moura. Delícias do Descobrimento: a gastronomia brasileira do século XVI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2008. 

http://www.shahid.com.br/escritores/sheila.html <Acessado em: 26/05/2012>

Relatório I Seminário sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais


Nos dias 21,22 e 23 de Maio aconteceu o I Seminário sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais, sendo organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais (GRUPAM/UFS); coordenado pela Prof. Dra. Sônia de Souza Mendonça Menezes (DGE/UFS); sendo composta a comissão organizadora pelos professores Dr. Antônio Lindvaldo Sousa (DHI/UFS), Dra. Rosana Eduardo Silva Leal (NTU/UFS), Doutorando Christian Jean Boudou (DGE/UFS) e a Eng. de Alimentos Doutoranda Fabiana Thomé da Cruz (PGDR/UFRGS).

Este evento teve por finalidade refletir sobre os desafios de manter tradições alimentares e outras manifestações culturais na contemporaneidade. Sendo discutido o papel da pesquisa e do ensino nesses campos, valorizando essas temáticas e compreendendo estas, como essenciais nas ultimas décadas.
(fonte: acervo pessoal)

No primeiro dia do seminário, entre as 17h e as 18h30, foi aberto o espaço para o credenciamento e possíveis inscrições. A partir das 19h teve início ao evento, com abertura e a conferência. Tendo como conferencista a Prof. Dra. Ellen Fensterseifer Woortmann (UNB) com o Tema: “O papel da pesquisa e do ensino na valorização dos alimentos e demais manifestações culturais tradicionais na contemporaneidade”. Ao final da conferencia teve apresentação de um grupo de Reisado e um coquetel.
(fonte: acervo pessoal)

No segundo dia, pela manhã, foi realizada uma Mesa Redonda, com o tema “O alimento como manifestação cultural e reprodução social e econômica nos territórios”. Esta foi coordenada pelo Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa e teve como integrantes da mesa Fabiana Thomé da Cruz (engenheira de alimentos), Luzineide Carvalho Dourado, (Dra. em Geografia) e  Maria de Fátima Farias de Lima (mestre em Sociologia). Foram discutidos na mesa pontos como: valorização dos alimentos tradicionais, ritual do fazer, o significado como patrimônio imaterial, o que salvaguardar, preparação (embalagem e conversação) entre outros pontos.

No ultimo dia, pela manhã, foi realizada outra Mesa Redonda, com o tema “As políticas e os movimentos de valorização das manifestações culturais no Brasil”. Esta foi coordenada pelo Prof. Doutorando Christian Jean Boudou e teve como integrantes da mesa Maria Augusta Mundim Vargas (Dra. em Geografia), Claúdia Maria Vasques (Representante do IPHAN), Cênia Sales (Líder do Movimento Slow Food), e Rosangela Pezza Cintrão (Membro do Slow Food – Doutoranda em Desenvolvimento Agricultura e Sociedade CPDA- UFRRJ). Dourado, (Dra. em Geografia) e  Maria de Fátima Farias de Lima (mestre em Sociologia). Foram discutidos na mesa pontos como: preservação e proteção do patrimônio cultural brasileiro, através de políticas públicas; ações realizada pelo IPHAN visando a valorização de bens culturais considerados referenciais para comunidade; organização eco-gastronômica internacional entre outros. E no final deste mesmo dia houve a Sessão de Encerramento do Seminário, realizada no auditório da ADUFS.