sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Contradições do discurso modernizador pregado pela elite sergipana no início do século XX

Foto do bairro Siqueira Campos no início do século XX, chamava-se Aribé.


            No que foi aprendido sobre a modernização de Aracaju nas primeiras décadas do século XX, gerava-se contradições com o quadro estatístico de emigrantes vindos do interior do Estado à procura de emprego e condições de sobrevivência. Estes se integravam a cidade as margens do quadrado de Pirro. Um dos bairros importantes que acolhia o trabalhador pobre recém chegado do interior era o Aribé (atual Siqueira Campos).
            O trabalhador pobre chegava a capital e invadiam terrenos em morros de areia ou manguezais e construíam seus casebres à margem da cidade. Um dos atrativos a esses homens foram as duas fábricas de tecido que eram as maiores das oito existentes no Estado. Percebe-se que não chegava somente a burguesia em Aracaju, mas pobres interioranos, e isso preocupava os idealizadores do discurso modernizador.
            Percebemos que além das grandes construções modernas, Sergipe passava por uma nova roupagem nas áreas as margens do quadrado de Pirro, onde de zona rural passava a ser complemento da cidade, em que suas condições de vida eram precárias. Sendo este um dos aspectos contraditórios da modernização defendida pela elite aracajuana.

Referência:

SOUSA, Antônio Lindvaldo. “Parte do outro lado da modernização...”: Aracaju e os homens pobres nas primeiras décadas so século XX. Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS, CESAD, 2010.