segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A crítica feita ao mito do "bandeirantismo baiano"

Foto das Ruinas Casa da Torre de Garcia D'Ávila


Na Bahia a figura do bandeirante é representada em literatura histórica, como importantes homens do passado baiano e brasileiro, tratando de sua importância para a ocupação e a formação da Nação, sendo estes chamados de desbravadores do sertão.
Sousa, em seu texto Caminhos da colonização da capital sergipana, deixa claro que a partir do final do século XIX e início do século XX muitos intelectuais paulistas difundiram o símbolo do bandeirante como grande conquistador da Nação Brasileira. De mesma forma ocorrera no Estado da Bahia, em que faziam exaltação aos bandeirantes, onde os Ávilas ocupam posição central nesse processo, retratados como heróis baianos na conquista do sertão.
Uma série de autores ajudaram na construção do simbolismo dos Ávilas como bandeirantes baianos, tratando estes, como agentes da civilização, em que idealizavam as lutas sangrentas contra os índios, como batalhas da família baiana contra os inimigos violentos. Para muito desses autores, os Ávilas conquistaram boa parte do território brasileiro e contribuíram para a formação do caráter nacional do mesmo.
Assim como alguns autores idealizaram os Ávilas como o simbolo do banderantismo baiano, existiram aqueles que se colocaram contra. Sousa, ainda nesse mesmo texto citado acima fala sobre fazer inversão de valores através de questionamentos sobre o dominador não ser mais o herói e o dominado poder ocupar na galeria de personagens importantes. Concordando com a posição de Pessoa que em sua tese fala que a colonização brasileira e outros processos históricos do Brasil contribuíram para uma sociedade marcada de manutenção de privilégios e para exclusão social, sendo refletidos no Brasil que vivemos.

Referências:

SOUSA, Antônio Lindvaldo. Caminhos da colonização da capitania sergipana: a socieade do couro no final do século XVI ao XVIIITemas de História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS, CESAD, 2010

PESSOA, Ângelo Emílio da. As Ruínas da Tradição: a Casa da Torre de Garcia d'Ávila - Família e Poder no Nordeste Colonial. Tese de doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), USP, 2003.

www.google.com.br. Acesso em 22/08/2011