segunda-feira, 11 de junho de 2012

Relatório de coleta de dados nos jornais sergipanos


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTORIA

Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa

Grazielle Hora da Paz Silva



Relatório de coleta de dados nos jornais sergipanos:

 Índios em Sergipe em 1980 – Diário Oficial



Introdução

         Este trabalho tem como objetivo apresentar a imagem do índio nos jornais de Sergipe do século XX. Através de uma pesquisa de coleta de dados no jornal do Diário Oficial do ano de 1980.

Neste trabalho farei a transcrição de duas notas que tratam sobre índio neste ano de 1980. A primeira nora apresenta a situação dos índios Xocó da região da Ilha de São Pedro e a segunda nota trata as Semana do Índio, que é uma proposta oferecida pela Funai, com abrangência nacional.

  

Transcrição dos Jornais


DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DE SERGIPE Nº 18.597

Aracaju, 08 de Março de 1980 – Pagina 01

XOCÓS RECEMBEM ALIMENTOS DO GOVERNO

O Governo do Estado entregou ontem, mil e duzentos quilos de alimentos aos índios Xocós que tiveram sua safra prejudicada devido a cheia do São Francisco, que inundou parte da ilha de São Pedro.

Antes da entrega dos alimentos a comissão posta pelo presidente da Fatese, José Paes de Araujo, pelo Presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Porto da Folha, Manoel Rodrigues de Oliveira, e o representante dos índios Xocós, Raimundo Bezerra, foi recebida pelo Governador Augusto Franco, no Palácio Olimpio Campos.

O Governador esclareceu que a assistência social é um dos pontos importantes de seu Governo e a situação atual dos habitantes da Ilha de São Pedro já tinha sido levantada pela Secretaria da Agricultura.

Augusto Franco disse também que os alimentos darão perfeitamente para quarenta dias, tempo necessário para que os índios recompanham sua economia com produtos que obterão da nova safra.

O Governador salientou, ainda, que a Fundação Nacional do índio está concluindo estudos que vão definir a questão da posse da Ilha de São Pedro. Acrescentou que, uma vez concluídos os estudos, o Governo do Estado redobrará esforços no sentido de normalizar o problema da terra.

O representante dos índios Xocós, Raimundo Bezerra agradeceu mais uma vez o empenho do Governador Augusto Franco, dizendo ser de grande importância a liberação dos alimentos porque resolverá um problema social que se encontrava sem solução.

Os gêneros alimentícios, setecentos e oitenta quilos de feijão e quatrocentos e oitenta de arroz, seguiram ontem para a Ilha de São Pedro em caminhão da Secretaria de Agricultura.



DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DE SERGIPE Nº 18.608

Aracaju, 26 de Março de 1980

SEMANA DO ÍNDIO

            O Ministério do Interior, através da Fundação Nacional do Índio, está divulgando programação visando a comemoração da Semana do Índio nos Estados e Municípios.

            A semana será comemorada em todo o Brasil no período de 13 a 19 de abril tem como objetivo despertar a consciência das diversas camadas sociais da Nação, para o fato de que a temática indígena é a responsabilidade de todos e não apenas da Funai.

            A Funai quer a participação dos Estudantes na Semana do Índio, justificando que a comemoração nos Estabelecimentos de Ensino tem por objetivo divulgar  a temática indígena junto a parcela da sociedade mais jovem de forma a que esta como futura responsável pelas soluções dos problemas nacionais, possa desde já conscientizar-se da importância do indígena na preservação da nossa Identidade Cultural.

            Na programação poderão ser incluídos entre outros os seguintes eventos: “Slogans”, Gincanas, Jograis, Monografias, Paineis e palestras e Conferenciais.

 
Considerações
            Com a elaboração deste trabalho é perceptível que existe um défice de reportagens sobre o Índio em Sergipe nos jornais sergipanos. Analisando alguns jornais entre a década de 70 e 80 do século XX pouco se trata sobre a temática indígena, obtendo durante esse período poucas notas que falem desse assunto nos jornais, mesmo sendo esses, anos decisivos para o processo de reconquista de terras  dos Xocó na região da Ilha de São Pedro.

Referências Bibliográficas
SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe I. São Cristóvão: UFS, CESAD, 2010
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI: Blog da Coordenação Regional de Maceió <http://funaialagoas.blogspot.com.br/p/indios-de-sergipe.html> acessado em Junho/2012.
Anexos






terça-feira, 29 de maio de 2012

Analise sobre o Filme Hans Staden


O filme Hans Staden (1999) teve como diretor Luiz Alberto Pereira e foi realizada por uma parceria entre Brasil e Portugal. A longa tem duração de 100 min e é classificado como um filme de aventura.

O enredo do filme é narrado por Hans Staden que é um viajante alemão que estava em terras brasileiras a serviço da Coroa portuguesas e trabalhava no Forte de Bertioga. Ele conta que durante uma caçada é capturado por nativos tupinambás e levado a tribo destes, onde permaneceu prisioneiro por oito longos meses. Esses índios acreditavam que ele era português. Nesse período, quando era sempre ameaçado de ser devorado num ritual antropofágico, os nativos mordiam sua pele para saborear sua carne, fazendo questão em deixar claro que iriam comê-lo. Obrigavam-no a gritar para toda aldeia que ele era o alimento (era costume entre algumas tribos locais comerem a carne de seus inimigos em vingança por aqueles que foram capturados). Hans Staden presenciou um desses rituais, onde capturaram um inimigo e retalharam o corpo repartindo os pedaços entre a tribo.

Varias foram as tentativas para matar Hans Staden, mas de alguma forma a sorte estava com ele. Durante o período que esteve preso a sua fé foi essencial para que pudesse resistir às situações de extrema privação. Ele acreditava que, através de suas orações, o seu deus o mantinha vivo. A religiosidade era muito forte em toda narrativa, pois o autor sempre fala da presença de Deus e que o mesmo sempre o salvara, deixando-o sempre agradecido por está dádiva. Existia uma intolerância religiosa presente em ambos os lados: o alemão considerava seu deus o único e os nativos, que tinham muitos deuses, e consideravam o deus dos cristãos uma imundície.

Foi nesse mesmo tempo que esteve cativo que ele pode conhecer aspectos importantes da organização daqueles índios. Ele observou seus ritos, crenças, seus hábitos e costumes. Com muita estranheza ele foi incorporando informações sobre uma sociedade que vivia da caça, pesca e colheita. Uma sociedade em que não existia dinheiro ou riquezas, não se acumulavam terras e no qual todos viviam para o bem da natureza. Uma sociedade sem privilégios, onde todos eram respeitados.

Foram muitas as tentativas do alemão de se libertar dos indígenas, mas sempre fracassadas. Duas expedições tentaram resgata-lo, porém, não tiveram êxito. Ele tentou pedir asilo a alguns marinheiros franceses, mas estes não quiseram se indispor com os tupinambás que eram seus aliados e com quem mantinham práticas de escambo. Por fim, uma embarcação de franceses amigos trouxe presentes aos índios em troca de sua liberdade, chegando ao fim os seus dias de cativeiro. Nessa embarcação retornou a Europa, seguindo para sua cidade natal.



Referências Audiovisuais:



PEREIRA, Luiz Alberto. Hans Staden. Brasil/Alemanha, São Paulo, Lanfi lme Brasil, legendado, colorido, DVD, 1998, 100 min.

Resenha do livro “Delícias do Descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI”



A obra “Delícias do Descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI” foi publicada em 2008 e tem como autora Sheila Moura Hue. Doutora em Literatura Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, coordenadora do Núcleo Manuscritos e Autógrafos do Real Gabinete Português de Leitura. É autora, juntamente com Ronaldo Menegaz, da edição comentada de A primeira história do Brasil, de Pero de Magalhães de Gândavo (2004). Organizou o Catálogo dos Quinhentistas Portugueses da Biblioteca Nacional (2004) e a Antologia de Poesia Portuguesa do século XVI – Camões entre seus contemporâneos (2004/2008).  

Em sua pesquisa a autora utilizou documentos de missionários, senhores de engenho, aventureiros e viajantes de diversas nacionalidades que estiveram no Brasil. E divide o livro em quatro capítulos: plantas, animais, outras comidas e bebidas.

Nessa obra narra os diversos discursos dos cronistas em suas viagens à costa brasileira, trazendo relatos escritos por padres, senhores de engenhos, viajantes entre outros. Os seus relatos trazem discursos contrários, pois alguns falam de fome, escassez de víveres, doenças tropicais e outros falam de abundancia, terras abastadas, diversidade de caça. Essa alternância entre a fome e fatura indica que existiam dois tipos de vivência e muitos destes viajantes puderam presenciar as duas realidades da cozinha brasileira.

Esse livro é repleto de curiosidades alimentares, trazendo receitas centenárias sobre substituição de alimentos na falta de outros. Há também comparações inusitadas sobre animais existentes nessa região e traz informações sobre o uso medicinal de animais e plantas.

Através da leitura dessa obra o leitor poderá ter uma visão mais abrangente sobre outras temáticas da história brasileira, pois nessa obra são abordados os modos alimentares brasileiro, fazendo uma analise sobre documentos de cronistas que tiveram nesse território. É um livro que traz várias curiosidade e dicas alimentares que contribuem para o estudo da alimentação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

HUE, Sheila Moura. Delícias do Descobrimento: a gastronomia brasileira do século XVI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2008. 

http://www.shahid.com.br/escritores/sheila.html <Acessado em: 26/05/2012>

Relatório I Seminário sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais


Nos dias 21,22 e 23 de Maio aconteceu o I Seminário sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais, sendo organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alimentos e Manifestações Culturais Tradicionais (GRUPAM/UFS); coordenado pela Prof. Dra. Sônia de Souza Mendonça Menezes (DGE/UFS); sendo composta a comissão organizadora pelos professores Dr. Antônio Lindvaldo Sousa (DHI/UFS), Dra. Rosana Eduardo Silva Leal (NTU/UFS), Doutorando Christian Jean Boudou (DGE/UFS) e a Eng. de Alimentos Doutoranda Fabiana Thomé da Cruz (PGDR/UFRGS).

Este evento teve por finalidade refletir sobre os desafios de manter tradições alimentares e outras manifestações culturais na contemporaneidade. Sendo discutido o papel da pesquisa e do ensino nesses campos, valorizando essas temáticas e compreendendo estas, como essenciais nas ultimas décadas.
(fonte: acervo pessoal)

No primeiro dia do seminário, entre as 17h e as 18h30, foi aberto o espaço para o credenciamento e possíveis inscrições. A partir das 19h teve início ao evento, com abertura e a conferência. Tendo como conferencista a Prof. Dra. Ellen Fensterseifer Woortmann (UNB) com o Tema: “O papel da pesquisa e do ensino na valorização dos alimentos e demais manifestações culturais tradicionais na contemporaneidade”. Ao final da conferencia teve apresentação de um grupo de Reisado e um coquetel.
(fonte: acervo pessoal)

No segundo dia, pela manhã, foi realizada uma Mesa Redonda, com o tema “O alimento como manifestação cultural e reprodução social e econômica nos territórios”. Esta foi coordenada pelo Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa e teve como integrantes da mesa Fabiana Thomé da Cruz (engenheira de alimentos), Luzineide Carvalho Dourado, (Dra. em Geografia) e  Maria de Fátima Farias de Lima (mestre em Sociologia). Foram discutidos na mesa pontos como: valorização dos alimentos tradicionais, ritual do fazer, o significado como patrimônio imaterial, o que salvaguardar, preparação (embalagem e conversação) entre outros pontos.

No ultimo dia, pela manhã, foi realizada outra Mesa Redonda, com o tema “As políticas e os movimentos de valorização das manifestações culturais no Brasil”. Esta foi coordenada pelo Prof. Doutorando Christian Jean Boudou e teve como integrantes da mesa Maria Augusta Mundim Vargas (Dra. em Geografia), Claúdia Maria Vasques (Representante do IPHAN), Cênia Sales (Líder do Movimento Slow Food), e Rosangela Pezza Cintrão (Membro do Slow Food – Doutoranda em Desenvolvimento Agricultura e Sociedade CPDA- UFRRJ). Dourado, (Dra. em Geografia) e  Maria de Fátima Farias de Lima (mestre em Sociologia). Foram discutidos na mesa pontos como: preservação e proteção do patrimônio cultural brasileiro, através de políticas públicas; ações realizada pelo IPHAN visando a valorização de bens culturais considerados referenciais para comunidade; organização eco-gastronômica internacional entre outros. E no final deste mesmo dia houve a Sessão de Encerramento do Seminário, realizada no auditório da ADUFS.

domingo, 25 de março de 2012


Visita Técnica ao Museu de Arqueologia de Xingó e a cidade de Piranhas-AL






No dia 17 de março de 2012, acompanhados dos professores Antônio Lindvaldo e Claudefranklin Monteiro, saímos de Campus em São Cristóvão em direção ao Museu de Arqueologia De Xingó. Fizemos o percurso de micro ônibus e a chegamos a cidade de Canindé do São Francisco as 11h da manhã.


Fonte: acervo pessoal

O Museu está dividido em várias etapas de exposições e são apresentados pelas monitoras de forma bem didática, facilitando assim a aprendizagem .


Fonte: acervo pessoal


Fonte: acervo pessoal


Fonte: acervo pessoal


Fonte: acervo pessoal


Fonte: acervo pessoal

Em seguida, prosseguimos a viagem à cidade de Piranhas Velha, onde pudemos ter contato com a riqueza material daquela cidade.


Fonte: acervo pessoal


Fonte: acervo pessoal


Fonte: acervo pessoal




domingo, 11 de março de 2012


Relatório de visita técnica ao Museu Da Gente Sergipana

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Disciplina: Temas de História de Sergipe I

Professor (es).: Antônio Lindvaldo Sousa
Graduandos(as): Karla Jamylle Souza Santos
Grazielle Hora da Paz Silva

Relatório de visita técnica ao Museu Da Gente Sergipana

O Museu da Gente Sergipana esta localizado, na Avenida Ivo do Prado, nº. 398 Aracaju- SE (anexo 01), foi inaugurado no dia 26 de novembro de 2011. Tendo seu horário de funcionamento de Terça a Domingo, das 10h00min às 18h00min. Já as suas visitas podem ocorrer de duas maneiras: durante a semana no turno da manhã e aos finais de semana, as visitas ocorrem a cada 30 minutos, sendo que essas são monitoradas por um educador do museu; já durante a semana no turno da tarde as visitas podem ser feitas de forma espontânea, ou guiadas pelo educador. Nós fomos fazer a nossa visita ao museu, no dia 06 de março de 2012, e optamos pela visita monitorada, cujo nosso guia foi o educador Carlos, estudante do curso de História da Universidade Federal de Sergipe, assim como nós. Durante a nossa visita pudemos observar que museu proporciona, a nós sergipanos e aos demais visitantes, através da sua tecnologia, a oportunidade de conhecer um pouco mais da nossa diversidade cultural, e permitindo assim, entender um pouco do significado do que é ser sergipano.

Mas antes de adentrar a composição física do museu é de suma importância destacar, um pouco da história do prédio onde hoje é o Museu da Gente Sergipana (anexo 02)
. Esse prédio foi inaugurado no ano de 1926, para ser a sede o Colégio Atheneu Pedro II, que carinhosamente foi batizado por muitos, como “Atheneuzinho”. O então governador da época era Graccho Cardoso, que fez questão que colocar a sua marca na fachada do prédio, a Águia. Essa águia era do símbolo das construções do governo do Graccho Cardoso, que tentou transformar Sergipe em um Estado mais moderno. Além do Atheneuzinho o prédio ainda sediou a Escola do Comércio, da Secretaria de Segurança Publica do Estado de Sergipe, da Secretaria do Turismo, e da Secretaria da Educação. Depois da saída da Secretaria da Educação o prédio foi desativado e ficou abandonado. Somente com a iniciativa de se construir um Museu que falasse um pouco do que é ser Sergipano, é que esse prédio passou por um processo de restauração, onde foi preservada a sua fachada, e alguns elementos internos do prédio como o corrimão das escadarias, o piso da parte inferior do Museu, e alguns afrescos encontrados na parte superior do museu.
Passando para a parte estrutural do museu, ele é composto por vários momentos. A nossa visita iniciou-se no Hall de entrada do museu (anexo 03), onde pudemos encontrar obras de vários artistas sergipanos como: Leonardo Alencar com a tela Pierrot (anexo 04), de característica abstrata; Tintiliano com a tela que possui a pintura da fachada do prédio (anexo05); J. Inácio com sua tela que representa as Bananeiras (anexo 06); Zeus com as suas esculturas em madeira e pedra (anexo 07); Judite com a sua escultura de Nossa Senhora de Conceição feita de cerâmica (anexo 08); dentre outros. Além disso, vimos a Maquete (anexo 09) feita pelo estudante de arquitetura da Universidade Tiradentes, Gabriel Mendonça Franco. Nossa visita prosseguiu, com um vídeo que tem uma durabilidade de cerca de 10 minutos e que faz um apanhado geral sobre as nossas, festas, tradições, lugares, patrimônios, ou seja, um resumo da cultura sergipana. Em seguida, fomos conhecer a Sala de Exposição de curta duração (anexo 10), cuja exposição que estava montada era a exposição intitulada “Sementes da Gente”, onde vai contar um pouco da história dos 50 anos do Banese. Em seguida fomos conhecer mais dois espaços do museu, intitulados Mapa da Gente (anexo11) e Gereré (anexo 12). O primeiro corresponde ao mapa de Sergipe, dividido em oito micro-regiões, onde cara região possui um poste, que proporciona ao visitante a oportunidade se escutar histórias, contos, musicas típicas de cada uma das regiões de Sergipe. Já o gereré, é um elemento de pesca, utilizado para pescar caranguejo, peixe, siri. Mas que, lá no Museu da Gente sergipana, serviu como elemento para pescar objetos que representam um pouco da cultura sergipana como os vestidos de quadrilha, as sandálias de couro chamadas de “priquitinhas”, o ralador de milho, a peneira feita de palha também chamada de arupemba, o bacamarte, entre outros.
Passando para a parte superior do museu, conhecemos um espaço que representa algo rotineiro na vida dos Sergipanos, que é a Feira (anexo 13). Esse espaço, assim como todos os outros espaços do Museu, é interativo. Nesse espaço contém uma barraca de feira que é administrada por um feirante, o Josevende, representado pelo ator Pierre Feitosa. Esse personagem tenta vender produtos diversos que são comuns nas feiras sergipanas, e alguns produtos “milagrosos” que são a garrafada Sergipana, o xampu de babosa. Em seguida fomos para o átrio do Museu onde conhecemos um pouco dos Falares sergipanos (anexo 14). Palavras e termos que fazer parte do vocabulário sergipano. Dentre elas destacamos: nica, que o nome dado a moeda, e esse nome foi dado, pelo fato da moeda ser feita de um metal chamado níquel; outro termo é “Gota serena” que é uma expressão usada por nós sergipanos tanto para momentos bons ou ruins; ainda temos o ”cranco”, jabiraca, broca, saruê, ximar, a pusso, dentre outras.
O próximo espaço visitado por nós foi uma sala intitulada “Nossos Leitos” (anexo 15), onde nela, pudemos conhecer um pouco mais da fauna e da flora de Sergipe, através de um painel e de um túnel, onde sentadas nos barquinhos pudemos, navegar virtualmente, pelos diferentes biomas como: o litoral sergipano representado pela praia do município de Pirambú onde é realizado o projeto TAMAR de preservação das tartarugas marinhas; o agreste, o sertão de Sergipe, representado pela gruta de Angico, no município de Poço Redondo, local onde foi morto Lampião; a nossa reserva de mata atlântica que esta no município de Itabaiana; o Quenio do Rio São Francisco, Xingó; os manguezais onde são encontrados caranguejo, aratu, Goiamum, Garça e Saracura do mangue. Ao sair do túnel, conhecemos uma nova sala em que, através de uma mesa conhecemos alguns pratos típicos da gastronomia sergipana (anexo16). Dentre eles estão: o doce de jaca, o doce de batata, a queijadinha, o caranguejo, o carne frita, o pé-de-moleque, o malcasado, entre outros. Depois conhecemos um próximo espaço denominado de “Nossas Roças” (anexo 17) onde através de uma tela, conhecemos os processos da agricultura e da pecuária. Em um próximo momento fomos a mais uma sala, sendo essa nomeada de “Midiateca” (anexo18), sala composta por cabines de tablets, onde é possível conhecer virtualmente o museu e todos os seus espaços, além disso, essa sala possui um acervo de livros de autores Sergipanos, disponíveis para consulta local. E para nos, o mais interessante, a “renda do tempo”, um painel de 8 metros, que faz um panorama geral da história de Sergipe, desde de o ano de 1500 até o ano de 2010. Esse painel tem suas datas feitas de ponto cruz e o seu contorno, feito de Renda Irlandesa. A Renda Irlandesa é patrimônio imaterial Brasileiro, e chegou a Sergipe, junco com as missionárias irlandesas que vieram a Sergipe para como educadoras para as moças sergipanas. Foram essas irlandesas que disseminaram o saber fazer dessa renda. Mas é de suma importância mencionar que a Renda Irlandesa não foi criada na Irlanda, e sim na Itália. Ao passarmos para o próximo espaço, nos deparamos com um carrossel. E grande painel com imagens de diferentes praças do Estado de Sergipe. Esse espaço é chamado de “Nossas praças” (anexo 19) e faz uma homenagem ao carrossel do Tobias, um carrossel que era montado nas festas de final de ano, na Praça Teófilo Dantas. Ainda durante a nossa visita conhecemos outros espaços como: as “Nossas Histórias”, um labirinto que através de vários nichos, tivemos a oportunidade de conhecer as diferentes formas que os sergipanos se utilizam para adquirir renda. Dentre eles o couro, a cerâmica, o fumo, a palha, a madeira, o algodão, as rendas e bordados, a música, o açúcar e a pesca; o próximo momento foi o dos “Nossos Cabras” um painel com quadros interativos. Nesses quadros estão algumas pessoas que contribuíram para a história de Sergipe. Dentre eles estão o Lampião (o único não-sergipano), A Maria Thetis Nunes, João Ribeiro, Silvio Romero, Thobias Barreto e Artur Bispo do Rosário; saindo dos Nossos Cabras, chegamos a uma nova sala que onde nós “aprendemos brincado”. Isso porque através de brincadeiras como o pião, a amarelinha mais popularmente conhecida como macacão, e o jogo da memória, nós conhecemos um pouco dos patrimônios materiais Sergipano, as danças festas e folguedos de Sergipe, e ainda objetos pequenininhos que fazem parte do cotidiano dos sergipanos (anexos 20, 21 e 22); Em seguida fomos levados, para a última sala do Museu onde, através de um espelho, nós nos vestimos para as danças festas e folguedos do nosso Estado; ainda nessa sala conhecemos duas cabines a “seu cordel” (anexo 23) e a “seu repente” (anexo 24) onde todos os visitantes têm a oportunidade de gravar cordéis e repentes, e ainda publicá-los no Youtube.
Essa foi nossa visita ao Museu da Gente Sergipana, que nos proporcionou reviver e relembrar vários momentos da nossa infância assim como conhecer um pouco mais no nosso Estado, e da inicio a uma construção de se reconhecer enquanto Sergipano. Anda dentro do museu os visitantes podem contar com mais três espaços A Loja da Gente (anexo25), o restaurante Café da Gente (anexo 26), e o prédio administrativo do Instituto Banese (anexo 27).
Agora depois dessa visita virtual, através desse relatório de visita, ao Museu da Gente Sergipana, esperamos que tenhamos despertado a sua curiosidade para conhecer, pessoalmente, esse espaço destinado a cultura sergipana.


Fonte:acervo pessoal


* Anexos:

anexo 01:
Fonte:acervo pessoal

anexo 02:
Fonte:acervo pessoal

anexo 03:
Fonte:acervo pessoal

anexo 04:
Fonte:acervo pessoal

anexo 05:
Fonte:acervo pessoal

anexo 06:
Fonte:acervo pessoal

anexo 07:
Fonte:acervo pessoal

anexo 08:
Fonte:acervo pessoal

anexo 09:
Fonte:acervo pessoal

anexo 10:
Fonte:acervo pessoal

anexo 11:
Fonte:acervo pessoal

anexo 12:
Fonte:acervo pessoal

anexo 13:
Fonte:acervo pessoal

anexo 14:
Fonte:acervo pessoal

anexo 15:
Fonte:acervo pessoal

anexo 16:
Fonte:acervo pessoal

anexo 17:
Fonte:acervo pessoal

anexo 18:
Fonte:acervo pessoal

anexo 19:
Fonte:acervo pessoal

anexo 20:
Fonte:acervo pessoal

anexo 21:
Fonte:acervo pessoal

anexo 22:
Fonte:acervo pessoal

anexo 23:
Fonte:acervo pessoal

anexo 24:
Fonte:acervo pessoal

anexo 25:
Fonte:acervo pessoal

anexo 26:
Fonte:acervo pessoal


anexo27:
Fonte:acervo pessoal

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Contradições do discurso modernizador pregado pela elite sergipana no início do século XX

Foto do bairro Siqueira Campos no início do século XX, chamava-se Aribé.


            No que foi aprendido sobre a modernização de Aracaju nas primeiras décadas do século XX, gerava-se contradições com o quadro estatístico de emigrantes vindos do interior do Estado à procura de emprego e condições de sobrevivência. Estes se integravam a cidade as margens do quadrado de Pirro. Um dos bairros importantes que acolhia o trabalhador pobre recém chegado do interior era o Aribé (atual Siqueira Campos).
            O trabalhador pobre chegava a capital e invadiam terrenos em morros de areia ou manguezais e construíam seus casebres à margem da cidade. Um dos atrativos a esses homens foram as duas fábricas de tecido que eram as maiores das oito existentes no Estado. Percebe-se que não chegava somente a burguesia em Aracaju, mas pobres interioranos, e isso preocupava os idealizadores do discurso modernizador.
            Percebemos que além das grandes construções modernas, Sergipe passava por uma nova roupagem nas áreas as margens do quadrado de Pirro, onde de zona rural passava a ser complemento da cidade, em que suas condições de vida eram precárias. Sendo este um dos aspectos contraditórios da modernização defendida pela elite aracajuana.

Referência:

SOUSA, Antônio Lindvaldo. “Parte do outro lado da modernização...”: Aracaju e os homens pobres nas primeiras décadas so século XX. Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS, CESAD, 2010.